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A importância da Auditoria Externa nas Empresas- por Kalyne Martins

A palavra auditoria possui origem no latim “audiri”, que tem como significado “ser ouvinte”, aquele que ouve. Para os ingleses, este termo foi rotulado como “auditing”, possuindo um sentido um pouco diferente, significando então revisão, exame, correção, ajustes. A origem da auditoria, segundo Marcondes (2003) aconteceu na Inglaterra, por volta do século XIV, ano de 1.314 onde o governo utilizava o exame periódico e sistemático das contas públicas. Como dominadora dos mares e do comércio, a Inglaterra precisava realizar exames nos seus investimentos mantidos fora dos seus ambientes locais, pois estavam começando a disseminar investimentos nos mais diversos países e locais.

Aguirre (2002), acredita ter surgido com os guarda-livros italianos, prestadores de serviços aos comerciantes, assessorando-os na atividade de escrituração das transações. As primeiras auditorias possuíam o nome de “auditorias corretivas” e tinham o intuito de detectar apenas fraudes e desfalques para a verificação da honestidade dos administradores. Marcondes (2003) salienta que em 1934, a profissão de auditor assume uma devida importância nos Estados unidos, pois naquela época as empresas que faziam transações na Bolsa de Valores começaram a se sentir obrigadas a buscar profissionais auditores para obter uma maior credibilidade perante as suas demonstrações financeiras.

A atividade de auditoria independente ou auditoria externa mais popularmente conhecida é introduzida no Brasil no fim do século XIX, devido aos investimentos internacionais iniciais feitos no país, por empresários que aqui observavam grandes oportunidades de negócios. Apesar de as primeiras empresas do segmento terem iniciado sua atuação no início do século XX, a profissão só foi regulamentada em 1965, deste modo a auditoria independente foi criada a partir do crescimento das empresas, que, em decorrência das novas tecnologias, do aprimoramento dos procedimentos internos e do esforço para manterem-se em um mercado mais competitivo, passaram a investir mais recursos em suas operações e, consequentemente, buscaram novas formas de investimento, como empréstimos bancários e abertura de capital.

Dessa forma, surgiu a necessidade de contratação do auditor independente que é contratado para a prestação de serviços por um período determinado e seguindo um escopo de trabalho descrito nas normas que regem sua atividade.

A auditoria externa desempenha um papel extremamente importante para as organizações sujeitas a esta avaliação. Os acionistas e investidores das empresas de capital aberto, precisam sempre confirmar a veracidade das informações prestadas pelos responsáveis pela função administrativa destas empresas, sempre com imparcialidade para com os interesses da organização auditada no momento. A Lei nº 6.404/1976 faz parte da legislação que obriga estas organizações a serem auditadas para dá garantia de informações aos investidores.  Empresas de capital aberto com receita bruta superior a 240 milhões ou empresas com ativos superiores a 300 milhões estão incluídas nesta legislação.

As pequenas empresas, mesmo sem se enquadrarem na obrigatoriedade prevista em legislação, estas podem optar por um Relatório de Gestão e Demonstrações Financeiras, especialmente se tiverem interesses em financiamentos em bancos comerciais ou de desenvolvimento.

O mundo corporativo vem ao longo dos anos passando por constantes mudanças advindas da globalização dos mercados; desta forma, a auditoria externa surge como uma alternativa importante dentro do processo de decisão nas empresas. Uma auditoria externa bem realizada tem a capacidade de fornecer fatos e informações das mais diversas áreas de atuação e departamentos de uma organização, fazendo assim com que o mercado se sinta mais protegido e confiante. Grandes fraudes e escândalos financeiros foram descobertos no Brasil a partir de auditorias externas, como o caso do Pan Americano. Esta função tem sido visualizada como grande agregadora de valor no meio organizacional.

 Através dessa técnica, pode-se verificar as contas de uma empresa com a finalidade de determinar qual a sua posição financeira e o resultado de suas operações, para que se possa comunicar o resultado dos exames aos proprietários, acionistas, gerentes ou a quem de interesse. Outra questão importante pertinente à Auditoria, relaciona-se à prestação de contas de um patrimônio e se o negócio foi administrado de forma conveniente, visando a satisfação de seus proprietários ou então de seu público ou doadores, estes últimos relacionados às entidades beneficentes, educadoras ou então entidades religiosas.

Cabe também ao trabalho de auditoria, a fixação de lucros e prejuízos de um negócio, a determinação de custos e inventários, a descoberta de fraudes, bem como, a averiguação sobre a dimensão da fraude e por fim, impedir que fraudes futuras venham a acontecer. No Brasil, ainda é grande o número de entidades que não possuem estruturas adequadas de controle de riscos e de conformidade, cujo estabelecimento exige trabalho de longo prazo, mudanças de cultura organizacional e investimentos com retornos imperceptíveis no primeiro momento. Desenvolver esse aparato seria, de maneira simplificada, como adquirir um seguro: você fica com uma cobertura, que pode ou não ser utilizada. Com certeza, o custo do descumprimento é pesadíssimo e superará em muito o ônus de qualquer estrutura de compliance estabelecida.

O Auditor Independente exerce papel fundamental para assegurar credibilidade às informações financeiras de determinada entidade, ao opinar se as demonstrações contábeis preparadas pela sua administração representam, em todos os aspectos relevantes, sua posição patrimonial e financeira. Os princípios éticos que norteiam sua responsabilidade profissional são: independência; integridade; objetividade; competência e zelo profissional; e confidencialidade.

Contudo, concluo que a auditoria tem importância crescente para o amadurecimento do ambiente de negócios, assegurando maior credibilidade para as demonstrações contábeis das empresas ao atestar, nos limites estabelecidos pelas normas profissionais, que foram realizadas em conformidade com as práticas contábeis aplicáveis à entidade e, portanto, representam adequadamente a situação patrimonial e financeira da empresa nos seus aspectos relevantes. Exercendo, assim, uma função social, ajudando a organizar o mercado e contribuindo para o aumento da transparência e o aumento da confiança entre as empresas e público investidor e demais interessados.

REFERÊNCIAS:

– http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/

– https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/a_ima_importancia_da_auditoria_externa_na_deteccao_de_fraudes.pdf

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